As estruturas da vida cotidiana e a terapia ocupacional: tensionando limites e possibilidades no/do exercício profissional
Palavras-chave:
Terapia Ocupacional/Tendências, Atividades Cotidianas, Prática ProfissionalResumo
Este ensaio objetiva refletir sobre o exercício profissional de terapeutas ocupacionais tomando como referencial teórico a concepção de cotidiano com base em Agnes Heller. Na terapia ocupacional, a discussão sobre cotidiano e vida cotidiana revela uma ênfase no seu uso como uma chave de leitura e de intervenção para pensar a vida das pessoas, grupos ou populações destinatárias das ações profissionais; assim, o foco tem sido sempre o cotidiano do outro. Propomos, neste artigo, um deslocamento reflexivo e problematizamos o cotidiano do profissional em si, entendendo que os limites e possibilidades no/do trabalho são tensionados no espaço da vida cotidiana em que o exercício profissional acontece e é atravessado pelas estruturas da cotidianidade. Discutimos o próprio cotidiano como locus de resistência à alienação e à possibilidade de suspensões temporárias da cotidianidade por meio de um trabalho crítico, capaz de articular as dimensões técnica, ética e política do exercício profissional, de transitar entre as esferas individual e coletiva na leitura e intervenção sobre as demandas profissionais, de superar a dicotomia teoria e prática e, assim, reafirmar o compromisso com a transformação da sociedade, em que lutas por redistribuição e reconhecimento produzam justiça e participação social.
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