“Estrangeiro nenhum se sente parte do país em que mora”: cotidiano de pessoas migradas e refugiadas no Brasil a partir de diálogos com a terapia ocupacional e os processos de corporeidade
DOI:
https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAO408239961%20Palabras clave:
Migração, Atividades Cotidianas, Terapia Ocupacional, CulturaResumen
Introdução: A migração é um fenômeno econômico, político e social complexo que impacta o cotidiano e a corporeidade das pessoas. Objetivo: Analisar o cotidiano de pessoas migradas e refugiadas no Brasil a partir dos diálogos com a terapia ocupacional e os processos de corporeidade. Metodologia: Método qualitativo e análise das histórias de vida de 14 pessoas migrantes e refugiadas na cidade de São Paulo, Brasil, por meio do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Resultados: Foram construídos dois DSCs: diferenças culturais e transformações identitárias; e subalternização e racialização dos corpos, a partir dos quais foram abordados aspectos das diferenças e transformações culturais, pertencimento, preconceito e discriminação, que atravessam o cotidiano da pessoa migrante e refugiada. O processo migratório provoca transformações e confrontos de identidades e corporeidades, indicando proposições da terapia ocupacional que considerem os contextos culturais e a ruptura do cotidiano. O conceito de "corpo-território" explora a relação entre identidade, migração e costumes, em que o corpo (do) migrante torna-se espaço de negociações culturais e identitárias. A subalternização e racialização dos corpos dos migrantes dificultam sua integração e pertencimento, evidenciadas pelo racismo estrutural. Conclusão: O fenômeno migratório implica a ressignificação da identidade, da corporeidade e do cotidiano. Por meio do conceito de corpo-território e da interseccionalidade, é possível compreender como marcadores sociais, como raça, gênero e classe, estruturam desigualdades. Nesse contexto, práticas terapêuticas ocupacionais críticas e emancipatórias fortalecem redes de apoio e promovem a inclusão social, possibilitando a reconstrução de vidas, além de contribuir para políticas públicas mais justas e humanizadas.
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